diogenes, cristo & dadaísmo
Não foi acidental Johannes Baader exibir-se ostensivamente como Cristo. No fundo não há diferença assinalável entre ele e Cristo, se bem que as aparições deste dadaísta tenham sido mais espetaculares. O primeiro grande impulsionador do dadaísmo também se tornou um fervente místico cristão (Hugo Baal). Picabia, um suposto anti-cristão escreveu o seu Jesus-Cristo Rastacuero, no que talvez seja o catecismo filosófico do dadaísmo. Mas eu iria mais atrás de Cristo e descreveria este como uma variante do filosofo de Sinope, o Diógenes que se masturbava em público e não tinha problemas em comer carne humana, um parente europeu dos actuais Kapalikhas e Aghoris, canibais e místicos. Jesus também introduziu o canibalismo, simbolico ou não no ritual e admira-me que um cristão se sinta incomodado quando ouve falar de actos canibais, quando na missa simula conscientemente a comunhão canibal do corpo de Jesus. Também Picabia publicou uma revista chamada Cannibale. O «pacifismo» dos dadaístas tem um fundo cristão, e a expulsão dos vendilhões do templo e outros actos cristãos bem podiam passar por genuínos actos dadaístas. É estimulante a associação de McEvilley entre dadaísmo e cínicos num livro, e entre cínicos e Pashupatas noutro livro. Custa-me a acreditar que Cristo, para além da sua tradição religiosa fosse complemente ignorante quer das influências dos cínicos no império romano, quer de hipotéticas influências de correntes do oriente de extremo ascetismo ou anti-sociais que estão presentes na índia desde, pelo menos, os Upanishades. Ver Jesus como uma variante de Diogenes? Porque não? Vêr o Dadaísmo como uma variante crística na arte? Em boa parte...
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